CAMILLE CLAUDEL
GRANDES ARTISTAS
Nesse momento estou encanta por esculturas, obras tridimensionais feitas nos mais diferentes tipos de material e tamanhos, seu significado está na transformação da matéria bruta, como pedra, mármore, metal, madeira, argila, gesso, cera, plástico, arame, bronze, etc, em peças com significado. As técnicas são diversas:
– CINZELAÇÃO: é o processo de “cavar” parte do material com a ajuda de um cinzel,
– MODELAÇÃO: é o processo de retirar ou acrescentar material até que se forme a figura desejada e
– FUNDIÇÃO: quando se despeja metal quente em um molde a fim de que ele reproduza a peça finalizada.
Camille Claudel (1864 – 1943) primogênita de uma família burguesa francesa, nasceu no vilarejo de Fère-en-Tardenois, no norte da França. Quando ela tinha 12 anos, a família mudou-se para Nogent-sur-Seine e ali aflorou sua paixão pela escultura. Aos 14 anos ela criou “Davi e Golias”, ao ver seu trabalho o diretor da Escola de Belas Artes de Paris, teria dito: “você teve aulas com o monsieur Rodin”! Até aquele momento, ela jamais tinha ouvido ou visto falar do artista – os dois só se encontrariam em 1882, quando Rodin já era famoso e passou a dirigir a Academia Colorassi, onde ela estudava.
A colaboração artística entre Camille e Rodin, deixou marcas visíveis na prática da pupila, como a repetição das figuras e temas ao longo da carreira. Claudel também sofreu influência de outras correntes em voga no fim do século XIX: Art Nouveau, ao qual ela opta por usar formas arredondadas e o Simbolismo, que dá impulso a suas construções alegóricas. Toda a obra de Camille parece movida por uma inquietação existencial; é dessa maneira que ela acaba tecendo ensaios tridimensionais sobre seu destino.
De 1903 em diante, Claudel começa a exibir seus trabalhos no Salão de Paris e ela é considerada pelos críticos de arte como um gênio da escultura, uma revolta contra os padrões estabelecidos para as mulheres. Camille transcendia os padrões convencionais para escultoras em sua época e até nas décadas seguintes. Alguns classificam seus trabalhos como sendo ainda mais viris que obras feitas por artistas homens e que sua escultura possuía assinatura que apenas gênios em suas áreas possuem.
Até os anos 1970, a escultora e artista gráfica francesa não constava em nenhum livro de história da arte. Nessa época o interesse por esculturas do século XIX e no trabalho de artistas mulheres foram redescobertas e Camille Claudel aparece em publicações de artigos, livros, catálogos e exposições. No começo, muito se falava sobre a relação da jovem aprendiz com o mestre e amante, o escultor Auguste Rodin (1840-1917), e o consequente declínio do estado mental dela.
Em 2017 foi inaugurado o Museu Camille Claudel, na cidade de Nogent-sur-Seine (cerca de 100km a Sudeste de Paris) que possui o maior acervo de Camille no mundo. No museu a visita começa pelo acervo do antigo Museu Dubois- Boucher, incorporado ao conjunto de 43 obras da artista que a prefeitura da cidade adquiriu. No museu também se encontra “Fauno e Ninfa” (1905) de Rodin, em gesso que ilustra à perfeição o Expressionismo do escultor.
Na obra “La Valse” (Camille Claudel – 1905) Camille torna presente e eterna uma relação que não resiste a vida, mas que tem o seu elemento mais puro do amor congelado em bronze. Há um imenso contraste entre o peso do material usado e a leveza da valsa. Ela consegue o equilíbrio perfeito quando cria as vestes que se assemelham às ondas do mar, para criar a incerteza entre a representação de algo físico, como um vestido, e a densidade emocional desse deslizar lento do casal.