O RISO
“Sorrir é próprio dos homens “, dizia Rabelais, mas ele pode durar só um instante e é provavelmente a emoção mais difícil de ser mostrada numa obra de arte visual. Mesmo assim, alguns artistas em diferentes épocas, se arriscaram a pintar um sorriso…uma careta… uma risada, como:
LEONARDO DA VINCI – “Mona Lisa” – 1503, Óleo sobre tela (77 x 53 cm) Museu do Louvre. É a obra mais célebre do Renascimento Italiano. O sorriso de Mona Lisa, enigmático, suave, talvez melancólico. Leonardo capta-o como se fosse um sopro na eternidade. E seu olhar! Vindo do fundo da alma, parece penetrar em nós. E não é só Mona Lisa que sorri, é a paisagem toda, pois tudo é uma misteriosa luminosidade.
FRANS HALS – holandês – “Menino Rindo” – 1625. Famoso retratista da Idade do Ouro holandês, revolucionou a forma de pintar retratos. Hals captou o riso espontâneo e comunicativo de um menino de bochechas rosadas. Os alegres retratos de Frans Hals ajudaram a construir sua reputação de buscador de prazeres.
REMBRANT – holandês – “Jovem risonho” – 1630, Rembrant mestre incontestável de retratos em chiaro-oscuro, capaz de imortalizar na tela uma variedade de emoções humanas, genial pintor mostra esse olhar com ar de marquês, num sorriso zombeteiro, e nos faz pensar o que se esconde atrás de uma expressão de alegria?
YUE MINJUN – chinês – “O Pássaro Preto” – 2001, Acrílico sobre tela (140 x 110cm), figura emblemática do “realismo cínico”, fez parte da turma da arte contemporânea chinesa. Na China, o riso foi para Yue Minjun uma arma contra a censura, no começo dos anos 90, ele prefere zombar da uniformidade da sociedade e esconder sua impotência em ruidosas gargalhadas forçadas e preocupantes.
JP MIKA – africano – “Atmosfera sem fim” – 2017. O artista nascido em 1980 em Kinshasa, influenciado em suas composições por fotógrafos, afirma pertencer à pintura popular. Revelação da exposição “Beauté Congo”, organizada em 2015 na Cartier Foundation em Paris. JP Mika retrata em pinturas ultrarrealistas repletas de detalhes, cenas alegres, de grande vitalidade, o casal dançando com alegria e bom humor, num cenário de tecidos coloridos.