A DOR
De lamentações antigas aos artistas contemporâneos, o sofrimento é um dos campos de testes favoritos dos criadores. Reviravoltas físicas, claro-escuros dramáticos, volumes em movimento, performances extremas, estimulam e revelam o virtuosismo dos artistas.
ROGER VAN DER WEYDEN – La Descent de Croix – óleo sobre madeira – 1435, onde o realismo das figuras em lágrimas, deixa todos sem voz. É uma obra prima do mestre Belga e uma ode aos sentimentos humanos.
NICCOLÓ DELL’ARCA – Lamentação sobre o Cristo Morto –entre 1435 – 1440, escultura em barro cozido pintado, de 6 personagens em tamanho natural, se encontra na Igreja Santa Maria dela Vita à Bolonha- Itália. Fascinante o suficiente para causar arrepios, está terracota de Niccoló, expressa sofrimento, inclusive Maria Madalena, que corre em direção aos restos mortais gritando de dor, o rosto distorcido por um grito e as roupas se movendo seguindo seus gestos de virtuosismo técnico de tirar o fôlego.
PABLO PICASSO – Guernica – 1937, Óleo sobre tela. A célebre denúncia da violência fascista e dos horrores da guerra civil espanhola, foi conservada nos EUA, até o fim da ditadura franquista. Hoje se encontra no Museu Reina Sofia de Madri.
FRIDA KAHLO – A coluna quebrada – 1944, Óleo sobre compensado. A obrigação de usar um espartilho, em consequência de um acidente de ônibus, a pintora mexicana mostra a dor que seu corpo lhe causa, a fragilidade da condição humana.
FRANCIS BACON – Três estudos de figuras perto de uma Crucificação – 1944, Óleo e pastel sobre tela. A obra baseia-se na Eumênides, ou Fúrias, do grego Esquilo, pintado pelo artista britânico nascido na Irlanda e retrata três criaturas disformes sem pernas e braços, em agonia, contorcidas e de bocas escancaradas, isoladas em espaços vazios que passam sensação de solidão e alucinação, sobre um fundo laranja queimado.
VIRGILE ITTAH – Sobre a Dor do Outro – 2013, pó de mármore e tecido – do jovem artista inglês. A obra mostra uma mulher exausta sobre uma cadeira. A atitude é dura, desconfortável. As extremidades necróticas, as pernas e os dedos em decomposição. Um corpo que parece ter morrido de dor e que Virgile teria transformado em estátua.