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A Melancolia | Tristeza

A Melancolia | Tristeza

A Melancolia – Tristeza, essa dupla paixão que assombra a cultura ocidental há milênios, é também aquela que gerou a maioria das obras-primas. Aristóteles vê na tristeza o trato distintivo de indivíduos excepcionais: heróis, filósofos, poetas, artistas. As representações da morte de Cristo, da Virgem na Idade Média e no Renascimento, seguidas das imagens de Maria Madalena no Barroco, vão gradualmente misturando a tristeza e a meditação sobre as coisas terrenas.

Melancolia I – Albrecht Dürer – pintor, gravurista, matemático alemão – 1514. Nunca Dürer havia tentado tal alegoria do temperamento saturnino. Os símbolos – um galgo, uma esfera, um poliedro, uma ampulheta, um quadrado mágico, uma balança, uma estrela irradiando uma luz negra… – acumulam-se em torno do anjo, compasso na mão, que parece meditar, ou tristemente sonhando com o cotovelo no joelho, mão no queixo, sobre o pobre destino do homem.

Melancholia – Hendrick Ter Brugghen – pintor holandês – 1627. Na arte barroca, o tema da melancolia apodera-se na figura de Maria Madalena. Seguidor de Caravaggio, Brugghen empreendeu a fusão da iconografia do santo (a caveira e a vela), retirada na gruta de Sainte-Baumé, e o resultado é uma imagem íntima de extraordinária força visual.

A tocadora de pandeiro – John William Godward – pintor inglês – 1906. O último grande representante britânico do Neoclassicismo, Godward fez a representação da mulher mestiça, a marca registrada da sua arte. A elegância da pose e o delicado acabamento dos tecidos e a notável capacidade do pintor em simular a textura do mármore no fundo, dão vida à delicada introspecção desta artista triste, atormentada por problemas.

O Solitário – Théo Mercier – escultor, pintor e fotógrafo francês – 2010. Abandonando os materiais nobres da escultura (mármore e bronze) por um material vil e perecível (espaguete) esta escultura monumental estende a imaginação melancólica ao universo dos monstros. O Solitário é a personificação do ser inadequado para o mundo ao seu redor. Repulsiva, fechada em si e exposta contra sua vontade, a figura confronta o expectador que dela se aproxima com sua própria condição: monstro ou não, tudo nesse mundo é vaidade.

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Sobre Maria

“Ao longo de minha carreira artística pude aprimorar a minha forma de estimular a criatividade.

Fui me observando e cheguei à conclusão de que o processo criativo artístico necessita de quietude para fazer fluir os pensamentos, sendo que, para mim, apenas 1% é fruto da criatividade, os 99% restantes são de suor e de muito trabalho.”

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