Por que sou artista?
Nasci numa família grande, sou a filha caçula de um casal maravilhoso e trabalhadores árduos, mãe costureira e pai eletricista.
Éramos 7 irmãos todos mais velhos que eu, sempre me senti protegida e fui, com certeza, muito estimulada.
Nossa casa sempre estava cheia de gente, tinha risos, música, revistas, livros coloridos. Meu pai me ensinava matemática (me fazia resolver enormes contas de dividir) e sempre tinha tecidos e retalhos coloridos em cima da mesa de trabalho da minha mãe.
Minha irmã mais velha era professora de Artes e tinha um pequeno ateliê no fundo da casa, tinha suas alunas e eu adora ficar olhando elas pintarem.
Um dos meus irmãos fazia Arquitetura, eu adorava olhar as plantas baixas, pensava que um dia ia fazer aquilo. Sempre tinha papéis, lápis de cor, canetas e eu desenhava, riscava, criava e, aos 10 anos, ganhei o 1º lugar num concurso do meu colégio. Foi o máximo!
Fomos morar em Porto Alegre, a capital do nosso Estado, fiz o segundo grau (na época houve uma reforma do ensino e foi adicionado escola profissionalizante) então eu fiz escola tradicional + Edificações, que seria uma preparação para estudar Arquitetura.
Depois da escola fiz o vestibular para arquitetura e não passei. No ano seguinte tentei novamente arquitetura, e passei na segunda opção que foi Licenciatura em Educação Artística, na UFRGS e simplesmente amei…. Adorei tudo, as aulas de Artes, Teatro, Música e da Pedagogia. Até hoje lembro com carinho dos meus professores tão atenciosos, generosos, estimulando nossa imaginação e nossa criatividade. E desde lá trabalho como professora e artista.
E neste momento atual que atravessamos uma crise moral e de valores, compreendo que cada vez mais o potencial criador é um caminho de enriquecimento, desenvolvimento e crescimento humano.