RENÉ MAGRITTE
Para falar como os artistas traduzem a Dor, escolhi René Magritte e sua série “A Memória”, ele foi um dos principais artistas surrealistas belgas, ao lado de Paul Delvaux.
Magritte nasceu em 21 de Novembro de 1898 em Lessiness, Bélgica e faleceu em 15 de Agosto de 1967, em Bruxelas , Bélgica. Em 1916 ingressou na Académie Royale des Beaux-Arts de Bruxelas, onde estudou por 2 anos.
O Surrealismo foi um movimento artístico e literário nascido em Paris na década de 1920, apareceu no Manifesto de 1924, do escritor francês André Berton (1896 – 1966). Foi um movimento artístico que produziu obras instigantes e enigmáticas, plena de significados a serem descobertos. O Surrealismo pregava uma verdadeira renovação estética e acabou deixando suas marcas não só na literatura, como nas artes plásticas, no cinema e no teatro. Fizeram parte o artista suíço-alemão Paul Klee (1879-1940), Marc Chagal (1887-1985) Max Ernest (1891-1976), Joan Miró (1893-1983), Salvador Dali (1904- 1989), o cineasta Luís Buñuel (1900-1983), a artista brasileira Tarsila do Amaral (1886-1973).
René Magritte mudou-se para Paris em 1940, onde encontrou André Berton, que se tornou seu mestre. Já nessa época Magritte criava suas obras em séries e seus trabalhos procuravam multiplicar perguntas e questionava especialmente o limite da representação, a fronteira entre a arte e o real, a relação entre o visível e oculto. Para Magritte o importante não era tanto o que a obra mostrava, mas aquilo que ela ocultava, ou suas segundas intenções. Para ele o importante era o mistério. Assim, de forma aparentemente simples, Magritte obriga o espectador a pensar, questionar. Sendo que o próprio artista não se considerava um pintor, mas um pensador que se expressava através de imagens.
Na série sobre “A Memória”, escolhi especialmente a obra de 1944, onde ele mostra que a dor está intimamente ligada à memória e Magritte nos mostra, nessa pintura, que ao recordar de algo triste e doloroso é como se a ferida voltasse a se abrir e sangrar.